Quem mais que tu me faz rir, rebolar e espernear ao mesmo tempo? Só tu me atacas as secretas cócegas que apenas tenho no pescoço e nem sempre. Só tu reparas na forma como desenho a letra f. Só tu vais a correr ver o meu blogue sempre que o actualizo.
Que outros olhos reparariam em mim? Nos meus cabelos. Nos meus olhos. Nas minhas sardas. Nas minhas mãos pequenas. Que outros olhos seriam capazes de reparar em mim? Só os teus olhos vêem os meus cabelos caramelo, como só tu lhes chamas. Ou os meus olhos verdes. Só eles conseguiram, no primeiro encontro, reparar nas sapatilhas de criança com flores que eu calçava. Só tu o dirias alto. Apontando e rindo. Para além de ti não há ninguém, ninguém, capaz de me ature atentamente o bracejar constante que não largo enquanto falo. Enquanto, chatarrona, não me calo.
Foi contigo que aprendi a reconhecer o som do baixo em todas as músicas. Foste tu, o único, a ver comigo todos os filmes que me fazem chorar. Foste tu quem foi descobrir mais e mais filmes de fazer chorar. És tu quem me afaga o cabelo. Quem me abraça enquanto ranhosa e envergonhada tento esconder no teu abraço as lágrimas e os olhos vermelhos.
Quem mais que tu me perguntaria com genuína preocupação como consigo eu respirar com um nariz tão pequeno? Mais ninguém para além de ti, dos teus olhos, dos teus braços faz tanto pela minha felicidade. Por uma lágrima. Por um sorriso. Por mim.
Quem mais que tu me faz feliz?
Ninguém!
Parabéns =)
P.s. Obrigada por me fazeres sentir tão especial e, realmente, importante.
E do nada é já noite às 6h da tarde. Do nada o vestido preto com a camisa deixa de fazer sentido ou, sequer, parecer bem sem o sobretudo.
Apresso-me…os sapatinhos de tamanho 33 tocam leve e rapidamente a calçada intermitente. É tardíssimo. Saltam pequeninos para o degrau do autocarro. Credo…os passos apressados e saltitantes fizeram com que a cafeína bebida tivesse outro efeito que não o de manter a mente mais desperta e atenta. Só quero vomitar. Preciso de aliviar o estômago que nervoso, palpitante e enjoado não me deixa concentrar nos olhos pesados ou nas conversas tontas, soltas e aleatórias que poderia ouvir.
A música pede por favor. Pede silêncio. Pede a ausência de surpresas. Pede que não haja mais alarmes. Mas os galhos das oliveiras e das nogueiras saltaram as sebes e esmurram o autocarro a cada curva. Não me é possível dar descanso à mente que me instiga a dormir. Não consigo…o caminho é demasiado irregular. Turbulento de mais para poder pensar no que quer que seja para além das oliveiras ou das nogueiras a esmurrarem o autocarro num som que primeiro é estrondoso e depois áspero e estridente. Mais as curvas, as lombas, as paragens, os buracos…há demasiada agitação. Não é possível o silêncio, a ausência de surpresas ou de alarmes como a música que se ouve ao fundo pede.
E do nada já passou um ano…