Hoje, acordo-te com cócegas. Na covinha do braço. Gosto do teu sorriso de menino pequenino. Deixa-me feliz acordar-te assim. Na cama. Na sala de leitura (onde dormes grandes sestas enquanto, a teu lado, eu, estudo). Até no sofá, onde não fico estremunhada. Mas com dores no pescoço e nas costas. Abres sorrateiramente, os olhinhos. Sorris.
Sabes, desconfio, que nos arreliamos pela primeira vez. Não foi grave. Não cheguei a falar-te mal. Ou a levantar a voz. Admitiste o erro. Pediste desculpa. Ficou tudo bem. Consentes que te encha de beijinhos e abracinhos? Não foi mais que uma pequena falta de entendimento. E…uma mania minha. Tenho muitas. Sempre te alertei sobre elas. Desculpa-me, não consigo manda-las fora. Acho que podes ralhar comigo.
Esta é a ressaca do que foi uma zanga? A nossa primeira zanga? É assim? Não há olheiras? Nem olhos vermelhos? O que é feito dos pratos partidos? E das palavras que ainda deviam andar a remoer e a magoar-nos? A queimar-nos as entranhas! Não há nada? Vais continuar a olhar-me assim? Com todo esse encantamento?
Que devo fazer?
Meto a quarta música do disco? Choro de felicidade e encho-te de beijinhos na boca ou achas que devo começar pelo fim, pelos beijinhos na boca?
Diz-me, meu Amor, que raio acontece quando a realidade ultrapassa o sonho? É isto? Somos imensamente felizes? Perfeitos, assim? Para sempre? Intocáveis?
Ao fim de 6 meses tivemos a nossa primeira zanga. Uma coisa que se resolveu com muita conversa, e com pedidos de desculpa que não tardaram a aparecer. Resolveu-se com o sol a raiar, um novo dia qe tinha chegado e deixado tudo o resto para trás.
Acho maravilhosa a forma como me trataste depois disto tudo. Como se nada tivesse acontecido.
Tinha imenso medo que o teu olhinho já não fosse tão verde para mim como foi durante estes 7 meses... Mas já não tenho.
Até na ressaca das zangas somos perfeitos.
E mais. No pico da zanga, disseste que me Amavas e deste me um beijinho.
És a melhor pessoa que conheço..
Obrigado por nunca largares a minha mão.
Amar-te-ei para sempre..