A tua voz de manhã abre-me todos os poros. Abre-me o apetite. Estilhaça-me a moralidade. Atira para longe todos os pensamentos civilizacionais possíveis ao acordar. Altera-me as vontades para todo o dia. Para todo o santo dia!
Não me sei já capaz de te beijar civilizadamente. Não sei chegar ao café e beijar-te civilizadamente. Esses teus lábios…essa tua voz!
Bom dia. Bebé, gostas quando eu sou marota? Muito marota? É que hoje é sem querer e é irrepreensível. Não tens outra opção se não a de ficares quietinho. Caladinho. Vou-me aproximar muito de ti e contar-te o que secreta e doentiamente me apetece fazer desde que vi a tua chamada de manhã. Sim, este decote era mesmo imperativo. Todas as golas me queimavam hoje.
Apetece-me pegar em ti pelo braço e levar-te daqui. Levar-te para um hotel rasca ou para um motel cheio de pinta. Para qualquer lugar onde não nos importemos de fazer corar os vizinhos. Vou querer que tenha secretária.
Para quê? Ora! É fácil! Lembrei-me que podia descansar lá as pernitas enquanto me dizes se dormiste bem de noite. Vais, como agora, fazer o que eu te disser. Vais, tirar todas as peças de roupa que te apeteçam. Deixas que seja eu a tratar das tuas calças. Apenas das tuas calças. Adoro que ganhem volume antes de caírem no chão. Uma mão desavergonhada e a minha língua a passear nos teus lábios ajudam a concretizar todos os meus desejos. Mas sabes bem que não consigo ficar por aí. Paro quando mo implorares. Como de costume. Deixo que sejas tu a descobrir o que me apetece depois. Tenho uma pista: afasta-me os joelhos. Provoca-me a gemidos escandalosos. Pornograficamente escandalosos!
Permitirei, depois, que me tires a franja dos olhos para que possas ver exactamente o que ainda há para fazer. Há muito ainda a fazer! E tempo é coisa que em dia de folga não falta.
E nem penses em chegar logo ao fim! Nem penses… Vais-me foder até explodirmos os dois de prazer! Freneticamente…
Meu menino, de hoje não passa!