Flá @ 10:57

Qua, 10/04/13

          Se for para tirar à sorte fico com o último papel. Fico com o que sobrar. Com aquele que ninguém quiser tirar. Que o meu azar seja a sorte dos outros.

 

            Vai sair o pior…

            Vai sair demência!

 

            Demência física. Demência mental. Ambas!

            Para a minha-tua(-nossa) velhice!

           

            E daqui a uns anos (décadas!) vão começar as dores musculares. Absurdas. Lancinantes. Incapacitantes. E o meu fémur vai acabar por se partir com um cancro ósseo. E terão de me tirar o útero. Depois, talvez, acabe por metastizar outra vez para um cancro na mama. (Talvez perca uma das tuas adoradas mamas.) E o cabelo caramelo vai acabar por cair. Não resistirá muito. E quando tiveres que me mudar fraldas borradas é que vai mesmo ser de homem. Ou mulher! Se te calhar a incapacidade a ti. E perderes as idas à bola e os teus caracóis de carvão. E deixares de reconhecer o teu amado clube. E te esqueceres, simplesmente, do nome dos nossos tão estimados 2 filhos. E! E será que aguentamos?

 

            Calhou que vou-vais(-vamos) ter conversas desconexas. Avariadas. Infantis! conversas inapropriadas. Demasiado inapropriadas. E que vão acontecer demasiadas vezes. Pode ser que evolua para uma ausência total de ideias. Pode ser que evolua para uma cabeça completamente vazia. Para uma verdadeira cabeça de vento. Calhou que vou-vais(-vamos) ficar “maluquinha-o(-os)” na velhice!

 

 

            É este o fim do romance? Da pedra filosofal que todos procuram! É razoável exigir-se algo assim? É aceitável? É legitimo o Amor pedir-nos tudo? Nestes termos! Nestas proporções grotescas! É isto que o Amor nos pede? É assim que se acaba? É esta a resignação que nos espera? É esta dedicação anuladora que temos desenhada nas estrelas? É suposto voltarmos a passear de mão dada como se não soubéssemos desta possibilidade distante? É assim? É isto? É suposto eu aceitar? Tu aceitares? Nós aceitarmos!

 

            É! Absolutamente.

            Aceito!

 

 

Se algum dia me chegares a fazer a pergunta é consciente desta possibilidade que te responderei!


sinto-me: Consciente
música: All I need - Radiohead


Flá @ 23:55

Seg, 25/06/12

De Maio para cá que os pesadelos têm ocupado demasiado a minha mente. A minha mente inconsciente. Nas minhas noites solitárias de Verão. Claras. Barulhentas. Abafadas. Peganhentas. De Maio para cá que os pesadelos têm ocupado demasiado a minha mente. A minha mente consciente. Nas manhãs de chuviscos. Frias. Opacas. Feitas de correrias. Peganhentas. De Maio para cá que os pesadelos têm ocupado demasiado a minha mente alienada, ao escurecer.

 

 

De Maio para cá que sofro de insónias doentias. E peganhentas.

 

Preciso que alguém me ajude a ter boas noites de sono. Ou que, simplesmente, me tranquilize as insónias num abraço.


música: Hey, sister ray - Legendary Tigerman and miss Rita Redshoes
sinto-me: "Tás a fazer?"


Flá @ 02:35

Sex, 01/06/12

Um dia pararão de cair pássaros mortos das árvores. Um dia pararão as enxurradas de sapos. As estatísticas deixarão de fazer notícias. Desaparecerão as notícias. Deixarão de haver notícias para noticiar. Tudo passará a ser calmo. Sereno. Tranquilo. Um dia os filhos ficarão crescidos e as preocupações desaparecerão. Depois vão chegar os netos. Que vão ficar crescidos e encaminhados. Calmos. Serenos. Responsáveis. Felizes. E seguros. Aí, sim, desaparecerão para sempre as noites de trovoada. Deixará, simplesmente, de existir qualquer tipo de carga elétrica a pairar nas nuvens.

 

Um dia vou deixar de espreitar pela janela. Deixarei de ficar esmagada com as pessoas que vão derretendo nas ruas. Que vão derretendo de miséria. Que vão derretendo de podridão. Que vão derretendo de burrice e estupidez. Um dia deixarei de ficar esmagada por doenças oncológicas. Por acidentes frontais que vitimizam mortalmente amigos da família. Um dia todas as preocupações preocupantes desaparecerão. Definitivamente.


Quero morrer entre um abraço de um neto e um bordado para um bisneto. Um abraço afectivo. E um bordado imperecível. Haverá morte mais feliz?

 



música: Lux Aeterna - Clint Mansell
sinto-me: Com insónias! Obesas!


Flá @ 02:35

Qua, 16/05/12

Tenho engordado os meses de tanto raciocinar tudo. Cada olhar. Cada palavra.
D’agora em diante não vou voltar a dramatizar.  Desculpa-me, os dramas racionalmente irracionais. Desculpa-me por te falar de mais e por te raciocinar (também) de mais.

 

Temos que degredar todo o espaço que temos guardado para as nossas tentativas vãs de hiper lucidez. Nem sempre tem de haver um beijo antes de dormir. Não vou dramatizar se não mo deres pessoalmente ou se não me mandares por carta a intenção de me dares um beijo ao deitar.

 

Hoje não há razão! Não quero argumentos. Ou falsas promessas. Nada!

 

Quero ser pueril! Não quero pensar…. Mas é inevitável não sentir a tua falta nas minhas manhãs. A tua voz faz-me falta. O desejo da materialização dos nossos corpos nus faz-me falta. Fazes-me falta de manhã. Pronto! Não é racional é emocional (de emoção) esta falta que me fazes. Pronto!

 

De hoje em diante não quero pensar no tom distante com que me terás ou não falado. Não quero pensar no tom doce que poderia haver, mas que nem sempre há, nem tem de ser constante. Ou existente. Se quer! Não o quero fingido. Não vamos fingir. Não vamos pensar. Não vamos dramatizar.

 

Mas hoje...hoje, espero que estejas disponível. Totalmente, disponível para mim.

 

Espero que estejas disponível para conhecer para lá do cinto de ligas e do batom vermelho.  Hoje, espero ver-te despojado de toda a razão.

 

Depois? Bebé, depois fumamos um cigarro e falamos de pintura!


música: Lana Del Rey - Video Games
sinto-me: Racionalmente irracional!

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